Por todo o mundo, o número de cirurgias e procedimentos estéticos cresce cada vez mais, e sem previsões para “estacionar”! Para se ter ideia, a última pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), realizada em 2019, mostra que o Brasil realizou cerca de 1,5 milhões de cirurgias plásticas estéticas, e 770 mil procedimentos não cirúrgicos.
A aplicação de toxina botulínica e de preenchedores dérmicos lideram as estatísticas quando o assunto envolve procedimentos estéticos não cirúrgicos.
O fator preocupante, no entanto, é que tais técnicas, tão populares e cotadas atualmente, estão sendo realizadas por profissionais de diversas áreas, inclusive aqueles que não são devidamente certificados para tal. Com isso, o risco de complicações, assim como a frequência e gravidade destas, aumentam a cada dia que passa.
Para nós, dermatologistas, receber pacientes submetidos a procedimentos estéticos realizados por outros profissionais e, pior ainda, apresentando complicações que poderiam ter sido evitadas, é um desafio diário. Enfrentamos a insatisfação, a tristeza e a frustração junto a cada um deles.
Com este texto, então, gostaria de chamar a atenção de todos vocês, queridos leitores(as), sobre o que pode dar errado com esses procedimentos, e como prevenir esse tipo de infortúnio.
Espero que todos vocês, ao final deste bate-papo, consigam fazer as melhores escolhas para uma aplicação segura e ter muito, mas muito sucesso com ela!
Para começar a entender um pouco sobre as possíveis complicações de um preenchimento dérmico, precisamos conhecer os tipos de preenchedores disponíveis, concorda? São eles: permanentes, semi-permanentes e temporários.
O uso de preenchedores permanentes tem sido abandonado na prática clínica pelos seus piores resultados e maior número de complicações. Mesmo assim, ainda nos deparamos com casos tristes, principalmente pelo uso destes por profissionais não médicos.
Os produtos permanentes mais comuns são compostos por silicone ou polimetilmetacrilato (PMMA).
Os preenchedores com efeito bioestimulador são: ácido poli-L-láctico (Sculptra®) e hidroxiapatita de cálcio (Radiesse®). São considerados “semi-permanentes” porque são em parte biodegradáveis, e em parte bioestimuladores da produção de colágeno. Permanecem no organismo de 1 a 3 anos após a aplicação.
À base de ácido hialurônico, os preenchedores temporários são biodegradados e reabsorvidos pelo organismo nos meses que se seguem à aplicação.
Além de mais seguros, esses preenchedores têm a grande vantagem de serem reversíveis, também pelo uso da enzima hialuronidase. Dessa forma, os efeitos são controláveis e qualquer insatisfação pode ser rapidamente revertida.
Alguns produtos, inicialmente considerados como preenchedores dérmicos temporários, demonstraram ter um comportamento mais permanente ao longo do tempo.
É o caso, por exemplo, do hidrogel, composto por 98% de água e 2% de poliacrilamida. Essa pequena quantidade de produto sintético permanece por mais tempo nos tecidos e pode provocar complicações, como veremos a seguir.
Como vimos, os preenchedores com maior índice de complicações são os permanentes. Especialmente nas mãos de pessoas inexperientes, podem ocorrer:
Essas complicações podem ocorrer meses, ou até mesmo anos após a aplicação. Além disso, seu tratamento é longo e difícil, com resultados imprevisíveis.
Na minha opinião, o uso de preenchedores com características permanentes contendo PMMA, silicone ou mesmo o hidrogel, deveria ser eliminado ou, pelo menos, restrito à profissionais médicos com muita experiência e em situações muito específicas.
Os preenchedores Sculptra® e Radiesse® têm complicações incomuns e geralmente transitórias. Podem ser observados dor, edema, vermelhidão e hematomas após a aplicação.
Nódulos são pouco frequentes e, na maioria das vezes, resultam de uma técnica de aplicação inadequada, muito superficial, dos produtos.
A maioria desaparece espontaneamente em algumas semanas. Porém, a remoção cirúrgica pode ser necessária em alguns pacientes. Podem ocorrer, também, quadros inflamatórios e vasculares com esses produtos, especialmente quando aplicados no nariz, entre as sobrancelhas e na testa.
Como vimos, os preenchedores temporários, à base de ácido hialurônico, são os mais seguros no mercado. Efeitos adversos são raros e geralmente transitórios.
Podem ocorrer inchaço, vermelhidão e pequenos hematomas logo após a aplicação, e que desaparecem com o tempo. A ocorrência de processos alérgicos é rara com os preenchedores de ácido hialurônico.
Complicações mais sérias são incomuns e, na maioria das vezes, associadas a uma técnica de aplicação inadequada.
A vantagem do ácido hialurônico, mesmo quando ocorrem problemas, é que é possível utilizar a hialuronidase para reverter os seus efeitos a qualquer momento, com segurança.
Algumas complicações descritas são:
As principais armas para garantir a segurança de um procedimento estético são:
Falar sobre complicações de um procedimento nunca é um assunto agradável. Porém, acredito que estas informações possam ajudar as pessoas a fazerem escolhas mais responsáveis e acertadas na hora de programar um preenchimento dérmico.
Todos nós buscamos procedimentos estéticos para ter bem-estar e, claro, melhorar nossa autoestima e felicidade. Espero que esse alerta ajude muitas pessoas a conquistarem seus sonhos e evitar problemas desnecessários.
Fiquem bem, e até a próxima!
No mais, caso você tenha mais dúvidas sobre o assunto, agende uma consulta comigo! Juntos, vamos pensar em uma boa solução para o seu caso, combinado?
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