Tudo sobre a toxina botulínica e suas principais complicações estéticas

Os tratamentos cosméticos que utilizam toxina botulínica são extremamente populares no universo da estética. Isso acontece, principalmente, porque ela é uma boa e simples alternativa às pessoas que se incomodam com as próprias rugas e linhas de expressão, e/ou temem pelo aparecimento de novas marcas e sinais da idade.

O segredo por trás desse processo é o seguinte: todos nós, quando rimos, choramos, conversamos e até mesmo dormimos, reproduzimos uma série de expressões faciais. Isso é possível graças aos músculos que possuímos no rosto. Ao longo dos anos, nossa pele perde um pouco de sua elasticidade, principalmente porque a produção de colágeno pelo organismo é reduzida.

Sendo assim, com o tempo, a contração dos músculos da face faz com que apareçam rugas e linhas finas cada vez mais presentes. Isso, fique tranquilo, é completamente normal e faz parte do processo de envelhecimento. Contudo, isso não quer dizer que todos nós tenhamos que suportar eventuais pés de galinha, linhas de marionete etc, apenas porque nosso destino é tê-las. Afinal, estamos falando de nossa autoestima, não é mesmo?

A toxina botulínica vem, então, para imobilizar temporariamente a atividade desses músculos. Assim, o surgimento ou agravamento destes sinais da idade são evitados com sucesso. O grande problema, e é sobre isso que vamos conversar hoje, é que o uso generalizado e constante desse tratamento pode comprometer, e muito, a saúde do paciente.

Para saber, então, quais são as principais complicações do tratamento estético com a toxina botulínica, renove o seu café e continue comigo!

Os principais efeitos colaterais e complicações da toxina botulínica

Vou exagerar em alguns termos técnicos agora, mas prometo que serei breve e o mais claro possível. A toxina botulínica, quando injetada em pequenas quantidades na pele, inibe a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor que possibilita a comunicação entre nosso cérebro e a placas motoras musculares, transformando os sinais elétricos em movimentos.

Deu para perceber, então, que esse processo, apesar de seguro, simples e aprovado/certificado pelos órgãos de saúde, é mais complexo do que se parece. Além disso, vale ressaltar que a paralisia seletiva de certos músculos, em si, não é o maior problema. O risco existe quando essa paralisia atinge músculos adjacentes, ou até mesmo mais distantes da região que recebeu a injeção.

Por fim, é preciso lembrar que a aplicação de toxina botulínica, assim como qualquer outro procedimento minimamente invasivo, pode causar efeitos colaterais. A variação dos níveis destes depende, é claro, da habilidade e confiabilidade da equipe médica, e do histórico do paciente.

Separei, aqui, os principais efeitos que esse tratamento pode causar, e também os coloquei em ordem de gravidade. Veja só:

Ptose da sobrancelha/pálpebra

A ptose é, talvez, uma das complicações mais comuns do tratamento com a toxina botulínica. Ela costuma ser a consequência de aplicações muito próximas das sobrancelhas, principalmente quando o objetivo é amenizar as linhas de expressão da testa (as famosas “rugas de preocupação”).

O resultado, a depender de onde as injeções foram aplicadas, são sobrancelhas e/ou pálpebras caídas, deixando o rosto assimétrico. Isso acontece, principalmente, quando o produto migra da “região alvo”, ou seja, aquela que o profissional deseja paralisar temporariamente, para outros músculos da face.

Esse imprevisto, por sua vez, pode ser provocado por doses excessivas de toxina botulínica, ou ainda pela má localização das injeções e a pouca experiência de quem as administra. Por fim, preciso ressaltar que, muitas vezes, isso pode acontecer quando o paciente é mal orientado, ou negligencia os cuidados pós-procedimento.

Ocorre que a pessoa, durante e 4 horas após a sessão, deve permanecer na posição vertical. Isso diminui, e muito, os riscos do produto mudar de lugar e afetar outros músculos da rosto.

Ptose labial e assimetria

É uma complicação rara que acontece quando a toxina botulínica é injetada abaixo da margem superior do arco zigomático, ou muito abaixo das laterais nasais, e se difunde para os músculos elevadores do lábio superior.

O resultado, como já é de se esperar, é a assimetria dos lábios e, em alguns casos, a dificuldade para falar e até mesmo comer. Afinal, o paciente não consegue movimentar a boca como deveria.

Por fim, esse infortúnio também é geralmente provocado pela falta de habilidade do profissional responsável pelo procedimento, pelo excesso de produto utilizado e, em última instância, pela falta de cuidados pós-procedimento do paciente.

Reações alérgicas

Como a maioria das substâncias “estranhas ao corpo”, a toxina botulínica pode causar uma reação alérgica em algumas pessoas. Seus sintomas (que podem ser leves ou graves) podem incluir:

  • irritação na pele;
  • coceira;
  • rubor (calor, inchaço, vermelhidão ou descoloração da pele);
  • inchaço sob a pele, geralmente nos lábios, pálpebras, pés ou mãos;
  • inchaço da boca, língua ou garganta, que pode dificultar a respiração.

Vale ressaltar que, independentemente da gravidade da reação, é importante comunicá-la ao seu dermatologista. Contudo, se os sintomas forem mais graves, a ponto de bloquear a sua respiração ou habilidade de engolir, por exemplo, vá ao médico imediatamente (ou ligue para a emergência).

Disfagia, rouquidão e fraqueza no pescoço

O tratamento com toxina botulínica, quando feito nas linhas horizontais e bandas verticais do pescoço, é muito seguro. Porém, como estamos conversando sobre as complicações desse procedimento, preciso dar esse recado.

Quando a técnica de aplicação desse produto a essa região do corpo é inadequada, os músculos subjacentes da deglutição, fonação e flexão do pescoço também podem ser afetados. Isso resulta, basicamente, em xerostomia (boca seca por falta de saliva), disfagia (dificuldade para engolir), disartria (fala arrastada ou lenta) e fraqueza do pescoço (dificuldade ou raramente incapacidade de levantar a cabeça e mantê-la imóvel e/ou de pé).

No mais…

A boa notícia é que, tratando-se de complicações relacionadas ao uso de toxina botulínica para fins estéticos, a solução é relativamente simples. Afinal, a principal forma de evitar esse tipo de imprevisto é se consultando com um especialista qualificado e de confiança.

Depois, é preciso seguir todas as recomendações passadas pela equipe médica (tanto para o pré, quanto para o pós-procedimento) e, se possível, saber de antemão quais são os seus potenciais alérgenos, e comunicá-los ao médico.

Caso você tenha alguma dúvida sobre esse procedimento, ou acredite que ele é a melhor solução para o seu caso, marque uma consulta comigo! Juntos, vamos ponderar e decidir qual é o melhor caminho a ser tomado.

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